Grande parte da minha vida foi passada em Linda-a-Velha. Uma “terreola” a poucos quilómetros de Lisboa – nunca os contei, mas aposto que a distância para o Marquês de Pombal deve ser de uns 15 quilómetros – considerada para muitos como mais um dormitório.
Pois eu fiz toda a minha infância e parte da vida adulta em Linda-a-Velha. Um local onde podia andar livremente na rua, onde tratava por tu as pessoas que frequentavam o café, a mercearia… enfim, um excelente local para viver.
Convém referir que sou tipicamente a pessoa das perguntas – acho que estou na profissão certa. Assim como acredito que há sempre uma história – muitas vezes uma boa história – por detrás de cada nome. E, vivendo em Linda-a-Velha, claro que queria saber de onde vinha o nome.
A história que sempre ouvi – mas que nunca confirmei, em parte porque a achei tão bonita que não quis que houvesse a possibilidade de não ser verdadeira – prende-se com um cavaleiro e com uma moura. Pois diz a lenda que em tempos idos uma moura apaixonou-se por um cavaleiro. E que ele, apesar de ir para a guerra, lhe prometeu que voltaria. Por isso, apesar de receber inúmeros pretendentes, ela nunca aceitou qualquer proposta. Ficou sempre à espera. E à espera. E assim continuou. A sua história foi sendo repetida até que um dia, ao ouvi-la e ver a moura à janela (eternamente à espera) alguém comentou: “que linda a velha”.
Se é verdade ou não deixo ao vosso critério. Eu acho que é uma bonita (apesar de triste) história.
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