Há muitos anos, fui a uma cidade alemã, a cerca de uma hora de Frankfurt. Nunca mais me vou esquecer do nome: Aschaffenburg. Não pela cidade em si – não me lembro de grande coisa, mesmo porque foi uma viagem a trabalho e nesses casos normalmente a única coisa que vejo é o trajeto para o hotel e para o local da conferência.
Mas não. O engraçado desta história ocorre no aeroporto de Frankfurt. Mas comecemos pelo início. Isto ocorreu algures entre 1997 e 2000 (sim, já sei, foi no século passado e eu sou uma dinossaura). Recebi um fax (aquela maquineta que as gerações mais novas não fazem a mínima ideia do que é) com as instruções. Eu e outra jornalista partíamos de Lisboa e, ao chegar a Frankfurt, deveríamos apanhar um táxi e ir para o hotel Sheraton onde esperaríamos cerca de uma hora pelo outro jornalista e a representante da empresa que partiam do Porto.
Não sei se alguma vez estiveram no aeroporto de Frankfurt. É enorme. Mas mesmo enorme. Por isso quando digo que corremos uma maratona não estou a exagerar. Muito.
Pois bem. Recolhemos a bagagem, percorremos o aeroporto, ficámos na fila e, quando chegou a nossa vez, colocámos a bagagem o porta-bagagens do táxi, entrámos e dissemos: “Para o hotel Sheraton, por favor” (em inglês, claro).
O taxista olhou para nós com um ar um bocado (muito) confuso e perguntou? “Como?”
E nós repetimos “Para o hotel Sheraton, por favor”.
Para nosso espanto o taxista limitou-se a estender o braço para o outro lado do passeio e perguntou: “Aquele?”.
Nós olhámos uma para a outra, muito espantadas, e perguntámos: “Só há aquele?”.
Face a uma resposta positiva pedimos imensa desculpa, retiramos a bagagem, atravessámos a rua e entramos no hotel. E, no meio disto tudo, só pensava que se estivesse em Lisboa, mais precisamente no aeroporto de Lisboa, o taxista levar-nos-ia a dar a volta ao bilhar grande – basicamente fazer quilómetros e quilómetros – cobrar-nos-ia uma pipa de massa e deixar-nos-ia do outro lado da rua e nós sem darmos por nada.
Nota: convém notar que isto ocorreu numa altura em que se deram vários casos de pessoas a serem literalmente roubadas pelos taxistas que estavam “poisados” no aeroporto de Lisboa.
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