Esta história já tem muitos anos. Quase 30. Ok, ok. Nada de exageros. Uns 26 ou 27.
Trata-se da primeira vez que fui a um restaurante chinês. Dado que não fazia a mínima ideia do que pedir (na verdade nem sabia a que se referiam os pratos) segui o conselho das minhas colegas. E pedi um crepe para entrada.
Quando chegou aconselharam-me que usasse o molho agridoce. Assim o fiz e adorei.
A questão – diga-se o problema – deu-se aquando da segunda visita. Curiosamente ao mesmo restaurante.
Pois que aqui a menina não quis dar ar de fraca – na verdade quis dar ar de quem sabia tudo e mais alguma coisa – e quando o crepe chegou tratei logo de encharcá-lo com um molho alaranjado que estava em cima da mesa. Pensava eu que era molho agridoce. Podem adivinhar? Pois que não era. Era molho picante. E eu senti esse mesmo picante – e muito – logo na primeira garfada. De tal forma que até me vieram lágrimas aos olhos.
Mas, com isso aprendi a lição (ou talvez não, que volta e meia ainda cometo erro). A partir daí comecei a fazer mais perguntas e, em caso de dúvida – tipo estar no estrangeiro numa altura em que os telemóveis ainda não tinham internet e não fazia a mínima ideia do que dizia o menu – simplesmente olhava para o que estava a ser servido nas mesas vizinhas e dizia “quero um igual”.
Talvez um dia destes vos conte a história de um jantar, em Paris, em que pensava estar a pedir um bife e na verdade vieram rins.
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