Dormir na selva amazónica

Há uns anos foi até Manaus e visitei um hotel da selva. A cerca de 100 quilómetros, bem no meio do rio Negro, está localizado o Juma Amazon Lodge. Um hotel totalmente ecológico que disponibiliza um serviço (quase) personalizado, facultado pelo número limitado de cabanas.

Mas comecemos pelo início. Ou seja, pelo trajecto até ao hotel. o início? Manaus, capital do Estado brasileiro do Amazonas. E depois… depois são três horas de caminho entre carro e lanchas, com passagem (e paragem) pelo chamado Encontro das Águas, onde os rios Negro e Solimões se encontram. Pode parecer estranho, mas é um fenómeno natural. Onde as águas de dois rios se encontram, mas sem se misturarem. Segundo o que me explicaram isso acontece pelo facto de o Rio Negro ter uma velocidade inferior (cerca de dois quilómetros/hora) e uma temperatura superior (28º C) ao do rio Solimões, cuja velocidade vai de quatro a seis quilómetros/hora, a uma temperatura de 22°C.

O passeio (de lancha) faz-se por águas calmas e silenciosas, onde é possível relaxar e apreciar a natureza. Uma natureza pontuada, apenas, aqui e ali, por vestígios de civilização – diga-se umas quantas habitações, espalhadas pelas margens do rio. Se quiserem poupar tempo – diga-se não fazer uma viagem de três horas – sempre podem alugar um hidroavião. Nesse caso o percurso dura apenas cerca de 30 minutos.

Sendo um hotel da selva o Juma Amazon Lodge tenta estar, o mais possível, integrado no meio envolvente. O efeito imediato é o de que a noção de que se chegou a uma unidade hoteleira não é imediata. isto porque os vários edifícios (bungalows) passam despercebidos no meio da selva. Espalhados pelo terreno, e alguns metros acima da água, ligados por passadiços, permitem que andemos pela selva com segurança.

Quando visitei o Juma Amazon Lodge havia 20 bungalows disponíveis. Com as condições de habitabilidade necessárias. Não falo de luxo. Mas também não eram rústicas no sentido de serem rudimentares e deficitárias. Eram adequadas ao meio ambiente em que estavam inseridas. Para terem uma ideia, todos eles são construídos sobre palafitas, em terra firme, a uma altura de 15 metros acima da água (na época seca) e ligados entre sim por passadiços. O que lhes aufere privacidade.

Mas, para mim, o mais engraçado foram as duas mascotes do Juma Amazon Lodge. Dois macaquinhos adoptados pelos proprietários. Uma menina – mais arrisca – e um menino, mais novinho e, por isso, mais curioso.

Infelizmente, e para grande pena minha, não pernoitei no Juma Amazon Lodge. O programa foi alterado e já não foi possível experimentar em primeira mão o que era dormir na selava. Mas ficou o “bichinho” e a curiosidade. Quem sabe numa próxima vez?

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Alexandra Costa

Jornalista desde 1996 sou portuguesa de nacionalidade, alfacinha de nascimento, alentejana de coração e uma viajante do mundo. Adoro viajar, conhecer novas culturas, experimentar gastronomias. Sou viciada em livros e nunca digo que não a uma boa conversa. Basicamente sou apreciadora dos prazeres da vida.

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